Iaiá

     Ventos pelo caminho, luz da mente mostrando a claridade ao meu redor. Que seja errado, mas eu tentei. Sabe, eu cansei de caminhar em busca de me encontrar em um outro corpo. Um tipo de minha versão feminina, isso deixava a minha auto-estima bem destroçada. Desistir pode ser o menos convincente, mas é o que desejo. Uma garrafa de Whisky me faz ,por um momento, feliz como almejei por tanto tempo ser ao lado de uma dama. Mas só por um momento.

     A rosa vermelha em seu cabelo me assombra freqüentemente, e não importa o que digam, ela não estará comigo novamente. E isso me dá uma angústia mais escarlate do que o veludo púrpuro, típico das manhãs, das minhas fantasias. Fantasias que crio no carnaval amoroso em meu peito. Tempo e espaço é o que não falta. Espero ansiosamente pelo tapete que vamos desfilar: você, o teu amor, eu, meus sonhos, e o Sol a nos admirar. Pode parecer cruel esperar, mais delirante seria imaginar que você pode nunca chegar.

     Desistir me parece, agora, uma opção, ao invés de um fim. E não importa o que digam, somos eu e você, e não nós e eles. Os anjos e os poetas vão romper as fronteiras obsoletas que há dentro de ti, de cada ser que há de ti dentro de mim. Há um mundo esperando pelo nosso amor e nos (re)negar seria sem saída. Siga o desejo da flor, Iaiá, elas esperam a noite pra nos encantar. Elas crescem no sertão, na China com toda aquela esquisita, em meio aos vulcões e logo cedo, pela manhã, desabrocha em teu coração te convidando para um novo dia.

Por fazer suas palavras as nossas, obrigada,

por isso e pelo aleatório, Lagos.