Da Autora



 De ano em ano a pessoa aprende, falha, cresce, ainda falha, mas corrige. Satura, evapora e se renova em dias de chuva. A cada ano me fiz lavar a alma como num banho de cachoeira. Evaporei, o quanto pude, mas por vezes não me senti totalmente pura, era como se a poluição ainda me fizesse parte, e como se eu a quisesse por perto. Peço que a chuva me lave, o sol me ilumine, me mostre o que há em minha volta, e principalmente, o que há escondido na penumbra, dentro de mim. Que o vento me traga forças. Forças pra viver o hoje, superar o ontem e acreditar no amanhã.

Não digo ser fácil de convívio, mas tento ser gentil. Com o tempo me apeguei à desconfiança exagerada, e fiz me afastar das pessoas no seu primeiro erro, sem direito às segundas chances. Sempre as segundas chances. Sempre a mesma condenação pros mesmos erros, e talvez isso seja um erro. E as pessoas, elas se entregavam à vida enquanto eu só esperava a morte. Mas a mesma me deu as costas. E então passei a agraciar a vida, os detalhes e as flores. E tentando ser gentil comigo, eu ainda vivo. Sem pretensão, sem previsão, na maioria das vezes.
Eu sou um ser comum: assim como muitos eu possuo seres em mim, mas diferentemente, os deixo fluírem, falarem, e eles me ouvem. Eu tenho amigos, companheiros - esclareço que amigos, são os de nome. Tenho frações de mim espalhadas, e quando as acho me somo. Tenho oscilações ao meu lado, e sei. E elas fingem não existirem pra me apunhalarem sem culpa. Mas eu sei.
Não como as frases feitas que digam se limitar os que se descrevem, mas não o faço por não me conhecer o suficiente, ou por não me pôr totalmente "aberta" pra um leitor, que de vez, não se interessa totalmente pela minha personalidade. E também por saber que temos limites, sejam psicológicos, físicos, ou por vontade. E nos limitamos.
Mas não me limite, me prejulgue, ou sim. Faça o que quiser, mas não faça da sua verdade inventada a dos outros, menos ainda a minha. Eu posso ser o que você pensa, ou não. Eu posso ser mentirosa, então, quando vai saber da verdade? Mas eu sou humana, e busco ser, cada vez mais.

Sinceramente,


B. Estiano



Contato                                         

beatriz.estiano@hotmail.com
Facebook