quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Você e Quem


 1992, 18 anos e uma vida pela frente. Talvez, tudo que é hoje falta pouco para ser história. Aquela que você guarda no fundo da memória, e indiferentemente se lembra, com um sorriso nostálgico, de quando era fácil ser feliz. Já fomos felizes, ou fingíamos muito bem, a ponto de nos enganar. Víamos tudo em tão pouco e nos era o suficiente. O que aconteceu, então? Estamos de mãos dadas, mas parece que estamos cada um de um lado da via. E isso já parece muito, e não deveria.

Podemos soltar as mãos, seremos estranhos novamente, e os sorrisos não passarão de simpatia. Podemos nos abraçar, nos amar, e fingir que nada está acontecendo. Podemos fugir, nos casar, mudar nossos nomes e recomeçar. Vamos fugir? Encontrar a paz, a calma, um pôr-do-sol deslumbrante. Dançar na chuva, dormir juntos no chão da sala, brigar pelo cobertor, ficar juntos para sempre. Sermos felizes para sempre. Pode ser muito, mas é o que eu realmente quero, apesar de tudo. Amamos-nos, e não sabemos disso.

Mas se quiser, meu anjo, pode ir. Não vou te impedir, embora seja difícil te soltar e mortal saber que depois do nós, uma hora, será você e quem. E quem quer que seja vai me tomar, degustar e cuspir, como fazemos, hoje, com nossos planos. Ignoramos tanto o presente pensando no fim. Talvez nós tenhamos dado esse nó, puxado com força para que não conseguíssemos desfazê-lo. A culpa é nossa, ou de ninguém. Andamos com as nossas cabeças e pousamos em lugar - nenhum. Será certo irmos, desatarmos nossas almas e atormentarmos nosso espírito por, somente, não termos tentado? Abraça-me, me chama de querida, e vamos até acabar essa estrada, e na mesma calçada, por favor.
 

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