Num bar. Ei, duas vodkas, disse. E pra mim o mesmo, dose dupla, por favor. Não era dia ruim, mas só queria me afogar em mágoas ilusórias. Tocava “Anna (Go To Him)” e as luzes davam um ar de filme em preto em branco. Era lindo e meu coração explodia mais forte do que a dor de cabeça do dia seguinte. Estava livre, meus pés flutuavam e minha mente dançava aquele flashback. Um sonho, e uma hora eu tive que acordar.
Sabe, eu queria ter um remédio que me deixasse constantemente feliz. Mas constante mesmo é a insatisfação humana. É inerente. Minha cede por felicidade um dia se tornaria inexaurível, então deixo como está. Sofrimento às vezes avisa. Atribuí-me a capacidade de ouvir a infelicidade já que ela não se entrega, ela é certa e coerente. Os heróis vão tão cedo e os poetas são eternos. E eles me visitam, sempre me trazem uma coroa de flores e asas. Dão-me uma caneta e um papel. E a folha fica em branco.
Eu viajei na minha transcendência e conversei com Deva. Jai Guru. Meditei no paraíso e os poetas estavam cegos pela beleza das palavras. O paraíso era vazio – ele foi inventado– mas era ainda assim belo e simples. Era tão suficiente. Jai Guru, Deva. Contava-me maravilhas que a ignorância exploratória do ser humano se limitava a descobrir. Explorei cada ser de mim e eu estou – ser é uma questão de estado, querida– estou bem agora. Deva, estava na hora de acordar. Dor de cabeça...
o ser humano é limitado, sim, errante, porém caminhante! gostei daqui, Beatriz. voltarei sempre.
ResponderExcluirum beijo, moça!
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