Era azul e límpido, um bom cenário para amar, ser, morrer. E eu morri ali mesmo com as crianças brincando de roda com trompetes no fundo. E eu morri com elas me olhando e sopros musicais nos meus ouvidos. Precisei de uma facada para me entregar, e lá estava ela: um guarda-roupas vazio, um bilhete e mais uma decepção. Era eu ou o mundo estava mais bonito só para me dizer o quão estava miserável?, sem contar a bela meninice bisbilhotando por pura curiosidade. E mais sopros – esses me levaram para longe, e nunca mais voltei.
Ainda morta fui buscar o mundo ainda com esperança de encontrar o elixir da vida. Retornar para o berço de La Llorona seria suicídio de um corpo morto. Eu queria saber o sabor de Copacabana, mas era muita beleza. E digo-lhe de passagem que não sou tal merecedora de nenhum pôr do sol deslumbrante. Não merecia sequer de novo o céu mexicano – não que seja pouco, era azul e límpido nas minhas lembranças. A tempestade era individual, e aquele lugar me paira e me traz ventos de nostalgia mistos de revolta e infelicidade. Eu era simplesmente feliz. E ponto.
O que aconteceu? – você só disse que queria buscar você no mundo. E eis me aqui, buscando uma alma para o meu corpo vazio. O verde metafórico dos meus olhos está negro, estilo L’humanité. E eu permaneço vazia, morta. Se pelo menos eu encontrasse esse elixir. Mas encontrei algo provisório, e que me toma carinho. Estou apaixonada pelo indeterminado, e amanhã? – eu não sei. Mas isso me faz bem, mesmo quando estou morta de vontade, estou sentindo meu coração batendo. Eu não sei o que é e nem se é realmente provisório ou eterno, por isso o alcunhei de indeterminado. Recomeçar está me trazendo de volta à vida e isso não requer explicações.
acho que cada ser,dentro de si, carrega um pouco desse céu mexicano, concordas?
ResponderExcluirVou dizer: só na derrota,perda,desespero, que aprendemos a ''jogar''
''mastigar prego'', é assim mesmo que tudo jmuda, ou mudamos.
;)
bjs.