quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Hora de Ir



Ela era bem vinda, e eu quero que vá. Sei lidar muito melhor com aquele raciocínio gélido, aquele pensamento eólico e o coração quente. Mas anda sendo tudo a mesma coisa: paz e felicidade. E o estrago? ele está alternando outra vida. Ah, como eu te almejava. Mas se mata de amor. E eu estou morrendo a cada passo da arei na ampulheta. E aquelas águas dançando no gramado verdinho, aquele cheiro de terra molhada, ah. Saudade do seu sorriso cínico de fim de semana.
E a mesmice continua a mesma. Eu mudei, mas quero ser de volta. Voltar à melancolia comportada e a felicidade moderada e necessária. Eu a tenho, mas não faço bom uso, ela é uma doença. Ela se faz doença. Quero uma dose disso para afogar-me e morrer no Nunca. Eu, Lucy e os diamantes, todos numa taça de cristal servidos de bandeja a quem quiser ser feliz. Eu não suporto, não é pra mim. Eu quero mais, eu quero conhecer os males e as donzelas. A historinha de ninar criança que não entende o que você diz, que se entrega de cansaço. Eu sou falha e me entreguei, mas ela não se vai.
Eu quero o necessário, o Nunca e os diamantes. Sabe, eu queria o passado, eu queria ser filha do vento, eu queria perfeição. Mais que o necessário é pedir demais, dizia. Mas meu pensamento eólico me levou de Teco-Teco para bem longe e minha mente nunca mais terá a mesma expansão. Não falo de barquinhos de papel e bola, falo de um ser imutável, constante. Que eu volte a ser. Já basta do (des)necessário. Larga disso, digo, ela não é para você. Ah, felicidade...

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