Se eu soubesse aonde tudo acabará, talvez, mesmo assim, eu não aproveitasse os dias, não viveria com mais paixão. Se a vida não bate à minha porta, me basta esperar a morte. Sou orgulhosa- me faço para não me dizer fraca- para dar o braço a torcer e ir atrás de quem me dá as costas.
Não que sofrer seja uma alternativa, claro, seria se a felicidade pousasse em minhas mãos. O caso contrário, no caso, todos os males do mundo se tornam meu meio. Quem sabe o fim, por insistência. Mas não vim enfatizar minhas dores por compaixão, para que as alheias se tornem menores, ou mesmo por prazer. Eu só prefiro não lembrar das minhas alegrias para não me sentir mais humilhada. E também por não me lembrar de nenhuma alegria com clareza...
Talvez eu tenha conhecido o amor tarde demais para transformar essa caixa-de-ossos-vazia em que me deixei tornar. Deixo que minha alma seja arrancada sutilmente e sem esforço, assim como deixaria levar-me a vida. Ou deixar a vida me levar. Lavar. Lavar minha alma, renascer, evaporar... Ah, divina transcedência, quem sou eu diante de tudo ou qualquer coisa? Sem resposta minha alma mais foge de mim, do que a deixo ir. O que eu faço aqui?
Bem, pra minha sorte eu conheci o amor, e se encontrar algo maior que ele, simplesmente, não me espere pra jantar.
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