Estava acordada enquanto o mundo dormia. Pensei nas tarefas do dia seguinte, no que comeria no almoço, e se ele me notaria e deixasse o cansaço de lado. De tudo, concluí, com certeza, que faria as tarefas logo de manhã. Amanheceu, mas deixei as tarefas de lado nos primeiros minutos de claro. Levantei, tomei um pouco do café que ele deixou para mim. Pelo menos ele lembrou de mim. Sentei à mesa, apoiei minha testa no punho direito e tentei não pensar em nada. Terminei meu café.
Fiz, finalmente, todas as tarefas, deixando, como sempre, meu toque especial. No meio da tarde resolvi descansar todas as minhas forças. Antes de anoitecer, tomei um banho bem tomado, me perfumei, e fiz algo de diferente no cabelo. Ele chegou, se sentou à mesa, tomou uma xícara de café. Lhe fiz companhia com uma expressão de "eu te amo". Ele apenas me pediu que fosse à cozinha buscar uma colher pra ele. -"Claro", agora estava com um ar de decepção. Ele percebeu, mas fingiu que eu não.
Entreguei-lhe a maldita colher e me sentei com a tv. Tentei me distrair com as propagandas de supermercados, mas vi quando se levantou e foi ao quarto. A porta foi forte atrás dele. Suspirei. Queria ir ao quarto e lhe dizer tudo que estava preso em mim, fazer dos meus desejos uma obrigação. Queria que sentisse... ele sabe. Então o que seria? Desamor, falta de interesse? Ora, isso me mata!
Queria que ele fizesse algo à respeito, ao invés de fingir que nada acontece dentro de mim. Eu também sonho, penso, desejo, quero! Mas me deixo viver tão dele e, principalmente, para ele, que às vezes penso que ele é maior que meus sonhos, pensamentos, desejos. Sim, ele sabe o quão sou fraca para lutar contra ele.
Me contento, apenas, imaginar o resto da minha vida enquanto ele dorme...
Obrigada por dar-me ideias.
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