Duas crianças: a que se achava sofrida, traumatizada e mal amada; e a outra, a sua amiga.
Num dia, se preparando pra ir a escola, a mãe da pobrezinha se irrita com algo que a filha fez e a compara, de uma forma bruta, ainda mais com uma criança, com sua amiga. Aborrecida a menina xinga a amiga de coisas que de tão imagináveis até ela se surpreende. Triste, com raiva e ao mesmo tempo envergonhada, ela sai chorando e vai se aconchegar a sombra do coqueiro do seu quintal. Chorando, percebe a presença da amiga. "Está tudo bem?". Aquela voz suave soava como a voz de um anjo protetor. Não, não estava tudo bem. Silêncio.
Chegou mais perto. Mais perto. Silêncio. Apoiou uma das mãos em seu ombro e em seguida acariciou seu cabelo. De uma forma cândida a raiva passava, devagar. O silêncio permaneceu até que saíram. Uma sem mágoas e a outra com o perdão. Silêncio...
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