segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Como o Vento


Em que cais me deixei aportar. Em pleno coração de adolescente, onde me encontrava, éramos nós, o pôr do sol e o mar vistos de um mirante de corações apaixonados. O amor tem que ser clichê. Ele há de ser rico de mistérios que fingimos conhecer, fingimos ser diferente. Amor é amor para cada um e dois e três. Mas é amor. Amor é amor. Amor é. É, amor... onde me deixei embarcar. Eu quero o amor em mim, de você, em você, de nós dois. Quero que me venha nos sonhos cândidos e nas manhãs mornas e nas noites quentes. Vem em mim, vamos estar em par. Paz. Nós dois.
Venha nas janelas da minha alma, nem que seja para me dizer que sente minha falta. Eu sinto de corpo, mas ainda estarei contigo quando eu estiver em mim, comigo. Estarei contigo sempre. Onde eu estiver, estarei contigo. E enquanto eu te sentir estarei comigo. Estarei onde estiver. Estaremos juntos aqui ou no mundo. Estaremos no cais, num sonho adolescente ou só nos amando enquanto admiramos o olhar do outro, nossa respiração calma e cheia de vontade de engolir o outro e cultivar, dentro do nosso maior íntimo, cultivar da melhor forma, com o maior cuidado. Você me traz isso: vontade. Você é o vento que passa em mim e me acende o que tenho de maior, melhor e pior. Eu sou muito eu quando passa.
Entre, minhas portas nunca estiveram trancadas para você – mesmo que isso sacrificasse todos os meus bens, felicidade, e minha vida. Eu confiava antes de confiar. Amor tem que ser amor. E o nosso é. Dos meus amores mais sinceros. O mais sincero. Faço-lhe preciso, querido, e nos desejo o melhor. Que os ventos venham e nos acenda quando amornarmos. E venha sempre. Ou que venha e nos apague, se tiver que ser. Ora, que cais eu me deixei aportar. – É, amor, é amor.

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