Seria mãe do mundo, e o amaria da forma que é. Mas esqueço que o mundo significa pessoas. E o mundo não sabemos, por vezes, o que fazemos. Ou mesmo nunca. Choraria por cada vida, mas a vida se torna tão pouco mediante aos propósitos propriamente pessoais. Parece egoísmo, mas são características inerentes e um pouco de cultura. Correr sozinho contra a ventania é estúpido, mas se faz sentido, então faça. A vida coletiva é ilusória: por mais que vivam por você estão vivendo uma escolha delas. O mundo é ilusório. As pessoas são. Somos. Correrá sozinho, embora tenha companhia.
Companhia de quem? Do seu próximo, talvez. Não. A grande verdade é que estamos sozinhos em um mundo em que as pessoas só pensam em si mesmas, e não, não o amamos da forma que ele é, estamos sempre achando algo de errado para que cada um molde-o da forma que quer, para viver no "seu próprio mundo". Explodir talvez funcione, mas como boa e bem criada humana, não faria. Fingiria ser o que não sou e me isolaria por trás de uma personalidade comum. Explodir, então, não seria falar a "verdade", seria vê-la e eclodi-la. Por vezes é bom quebrar padrões, quebrar a própria casca e alimentar-se de si mesmo. Isso, isso é verdade.
Parece-me mais real ser quem realmente é, embora isso não tenha importância na realidade-nua-e-crua do mundo. E acrescento: na realidade que a maioria impõe. Então faça isso: seja sua verdade. Ser maioria é opção, não necessariamente "destino". O mundo é tão grande. Onde tudo é tão pouco, e não importa. Tudo é nada e nada é insuficiente. Mas se busca por nada. Estamos aqui, mas não importa. Amaria as pessoas, mas é difícil amar o que não se sabe. O que não se é. Seja, é o suficiente.
Por B. Estiano e Lorena de Oliveira
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